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Superstição é aquela coisa que todo mundo finge que não acredita, mas que, na hora do aperto, dá uma espiadinha de canto de olho. A ciência pode até nos dizer que não há fundamento algum em bater na madeira três vezes, evitar passar debaixo de escadas ou temer um gato preto, mas, em doses saudáveis, seguir uma tradição popular ou confiar em um pressentimento pode nos ajudar a resolver impasses, evitar caminhos incertos e, no fim, nos dar mais confiança para transitar pela vida. A verdade é que, como seres finitos e atirados ao mundo sem manual de instruções, vamos tateando a existência com as ferramentas que temos. Algumas delas são absolutamente racionais – como a matemática, a lógica e a observação empírica. Outras são mais místicas. São sinais, pequenas coincidências que, na nossa cabeça, vão costurando um significado particular para as situações. Nosso cérebro, inquieto, tece conexões entre eventos, mesmo quando elas não existem. Um guerreiro ancestral vencia a caça depois de e...